terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Ensaio de Telma Virgínia

Onde se espera chegar uma sociedade que não se choca com o que vê? Por favor, não me venham dizer que se choca, pois não é verdade. Não existe nenhum movimento que prove o contrário disso. Não vejo as ruas lotadas por uma população que cansou de ver seus amigos, parentes e desconhecidos tratados como lixo, aliás, como lixo não, pois o lixo tem um valor de mercado e ambiental muito alto, tratada como nada, em um forte movimento que mude ou que proporcione mudanças nos seres humanos. Já que na legislação...

Não é admissível que todos os dias a gente tenha que ver e conviver com a barbárie que as ruas se tornaram. Antigamente, se esperava a calada da noite para que os delitos, mesmo os mais tolos, fossem cometidos. Hoje? Não!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! O crime acontece a luz do dia, em via pública.

As crianças se arrumam para ir ver o defunto, aparecer na TV ao lado de um cadáver. As pessoas almoçam engolindo o sangue que a TV mostra. É comum. A vida virou banal.

A legislação brasileira permite que cada cidadão cometa um assassinato sem ir parar na cadeia. Mas isso, só se você tiver moradia fixa, trabalho e bons antecedentes. Ah, e se livrar do flagrante. Esse último, muito importante para quem não tem dinheiro para pagar advogado. Porque se tiver, faz uma fitazinha preso e depois um habeas corpus de devolve para a rua de novo.

É mentira? Todos que estão lendo agora devem conhecer ao menos uma pessoa livre nessas condições. Pense.

A sociedade produz e consome atos ilegais, mas não percebe. Isto é, a não ser que na hora seja ruim para ela. Porque avisar aos outros que existe uma blitz? Porque estacionar em vagas para idosos e deficientes? Porque fazer um gato de energia e água em casa? Porque trancar o trânsito? Porque comprar objetos de origem duvidosa (para não dizer roubado)? Porque sair para brigar? Porque ser preconceituoso? A quem essa sociedade pretende livrar?

É penoso ouvir e ler e ver o sofrimento das pessoas porque seu ente querido foi morto. Não me importa a classe social, a dor e o medo de ser eu ou você a próxima vítima é grande.

É muito triste ouvir um pai dizer que prefere ver o filho morto do que ter medo das coisas que ele fazia. Onde errou a mãe, que com muita tristeza e pesar, bateu no peito e sentenciou ao seu filho, assassino confesso, que “De nada valeu ter te posto no mundo!”. Onde errou o pai que atirou no próprio filho para se proteger das agressões dele? Onde erramos nós que calamos todos os dias?

Se 2012 é a data marcada para o fim do mundo, peno em dizer a avisar a todos: O FIM DO MUNDO CHEGOU.
E sabem de quem é a culpa? É nossa.

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