sábado, 30 de maio de 2009

Relações Gráficas e Fonéticas

Homonímia
Quando temos duas palavras graficamente iguais, mas com origem e significados diferentes, estamos perante palavras homónimas
Exemplo: O rio continuava a correr pelo leito / Rio sempre que ouço uma boa piada
HomofoniaQuando temos duas palavras com significados e grafia diferentes mas foneticamente iguais, estamos perante palavras homófonas
Exemplo: Quando soar o sinal saímos / O esforço que fizemos fez-nos suar bastante
Homografia
Quando temos duas palavras com significados e pronúncias diferentes mas grafias idênticas, estamos perante palavras homógrafas.
Exemplo: A PSP policia o bairro de Chelas / Toda a polícia tem farda azul
ParonímiaQuando temos duas palavras com significados diferentes mas foneticamente muito próximas estamos perante palavras parónimas
Exemplo: Levo quatro livros / o meu quarto é grande
Hiperónimos e Hipónimos
Formação de Palavras
Derivação
Em que existe um radical e um ou mais afixos:
Chuvoso- chuv (radical) oso (sufixo)
Renovar- re (prefixo) nov (radical) ar (sufixo)
Composição
Em que existe mais de um radical ou palavra:
Amor-perfeito- amor (nome) perfeito (adjectivo)
Telecomunicação – tele (radical) comunicação (nome)
Palavras Primitivas e Derivadas
Palavras Primitivas
Chamam-se primitivas as palavras que não são formadas a partir de nenhuma outra
Exemplo: água, fazer, etc
Palavras Derivadas
Chamam-se derivadas aquelas palavras que se formam a partir de outra – água, fazer – a qual se juntou um ou vários prefixos ou sufixos:
Exemplo: aguadeiro, aguar, desaguar, desfazer, refazer
Derivação
Existem três processos de derivação propriamente dita:
-por prefixação
-por sufixação
-regressiva
Afixo:
São os morfemas derivativos (prefixos e sufixos) que se juntam à palavra primitiva, acrescentando uma nova tonalidade à significação primitiva
Prefixo:
É o afixo que se junta antes:
Exemplo: desfazer (des+fazer)
Sufixo
É o afixo que se junta depois:
Exemplo: aguar (água+ar)
Exemplos de Sufixos
Parassintese
Quando o prefixo e sufixo se aglutinam ao mesmo tempo ao radical, sem se poder conceber uma palavra intermédia:
Exemplo: repatriar (re+pat+riar)
Composição
Aglutinação
É uma das formas de ligação de duas palavras primitivas.
Quando da ligação de duas palavras resulta uma palavra nova com apenas uma sílaba acentuada, a palavra resultante diz-se composta por aglutinação
Exemplo: filho de algo > fidalgo / perna + alta > pernalta
Justaposição
É a outra forma de ligação de duas palavras primitivas.
Quando as duas palavras mantêm a sua acentuação, dizemos que a nova palavra é composta por justaposição.
Exemplo: arroz-doce / passatempo
Compostos eruditos

Existem, ainda na nossa língua, muitas palavras formadas por radicais gregos e latinos, designadas por compostos eruditos.
Exemplo: termo-metro > termómetro
Funcionamento da Língua
Organização do texto
Frase
Simples e Complexa
Sistematização: Podemos definir uma frase como um conjunto de palavras que formam uma unidade de sentido.
Uma frase pode ser constituída apenas por uma oração (estrutura com um só sujeito e um só predicado) à frase simples.

Ou por duas ou mais orações à frase complexa.
Nota: Não identificar frase simples com frase de um só verbo, mas sim de um só predicado, pois o predicado pode ser expresso por dois ou mais verbos, como é o caso dos tempos compostos, da voz passiva e da conjugação perifrástica.
Exemplos de Frases Simples e Complexas
Simples:
-“Eu acompanho sempre as minhas tias nos passeios de Domingo”
-“Posso vir a querer fazer outras coisas”
-“Estou a tentar estudar o mais possível”
Complexa:
-“Eu acompanho sempre as minhas tias quando passeiam aos Domingos”
Tipos de Frase
Os tipos de frase traduzem a atitude do emissor relativamente àquilo que transmite e a quem transmite.
Tipos de Frase
Exemplos
Declarativo (apresenta um facto, uma situação)
Eu não vou hoje ao cinema.
Interrogativo (coloca uma questão, pede informações)
Vais hoje ao cinema?
Exclamativo (expressa uma emoção, apresenta uma reacção)
Hoje vais ao cinema!
Imperativo (dá uma ordem, uma sugestão)
Vai ao cinema!

Formas de Frase

A cada tipo de frase associa-se sempre uma forma de cada um dos pares que a seguir se apresenta. Assim o tipo declarativo, por exemplo, pode parecer simultaneamente nas formas afirmativa, activa e enfática ou pode aparecer simultaneamente nas formas negativa, passiva e neutra. As possibilidades de combinações são variadas.

Formas de Frase
Exemplos
Afirmativa
Negativa

Gosto de tomar o pequeno-almoço
Não gosto de tomar o pequeno-almoço
Activa
Passiva

A Maria lava sempre a fruta com água corrente
A fruta é sempre lavada com água corrente pela Maria
Neutra
Enfática

Os meninos do jardim-escola usam uns bibes lindos!
Os meninos do jardim-escola são que usam uns bibes lindos!

Período e Parágrafo
O período

O período é a frase ou conjunto de frases que se encontram entre dois pontos finais Pode conter uma só oração (frase simples) mas, normalmente contém duas ou mais orações (frase complexa)
O parágrafo
Quando necessitamos de fazer uma pausa mais longa – porque dentro do mesmo assunto vamos falar de um outro aspecto, ou pretendemos demarcar uma ideia de outra, ou ainda porque mudamos de assunto, embora dentro da mesma temática -mudamos de linha, deixando, normalmente, um espaço em branco।

Estamos a abrir um novo parágrafo
Coerência e coesão textual
Para que um conjunto de frases se possa chamar texto e necessário que as frases se estruturem de uma determinada maneira e se relacionem entre si de modo a formar um todo coerente e coeso
A coerência Textual

A coerência textual implica que as diferentes partes de um texto estejam articuladas entre si ao nível do sentido, estruturando-se de acordo com a tipologia em questão.

A coesão textual

A coesão textual resulta da utilização dos elementos linguísticos que fazem a ligação das várias partes de um texto, pode ser conseguida através de diferentes processos.

Conectores

São os elementos que contribuem para uma maior coesão textual: conjunções e locuções conjuncionais, advérbios e locuções adverbiais
Pontuação
A pontuação é um factor fundamental para clarificar o sentido de um texto. Outro elemento fundamental que contribui para a coesão textual e a pontuação
Existem vários sinais de pontuação.
Vírgula,
A vírgula usa-se normalmente para
separar elementos de uma enumeração
Ex:Naquele mercado as mangas, os pêssegos, as ameixas, as maçãs, as cerejas atraíam pelos seus tons alegres e luminosos।
Demarcar o aposto do sujeito
João, o padeiro, e também um grande pasteleiro.
Demarcar complementos circunstanciais
Nesse dia, apareceram todos os amigos do Rui.
Separar o vocativo
Ò Ana, anda cá depressa!
Separar repetição de palavras
Ele comia, comia, e nunca ficou maldisposto
Demarcar um adjectivo em inicio de frase
Atencioso, como ele nao havia!
Demarcar um substantivo
O pedro, esse era o eleito.
Destacar elementos (normalmente mais extensos) numa enumeracão
Ele gostava de doces e a Joana de salgados
Ele gostava de doces, a Joana de salgados

Nota: A vírgula nunca pode separar o sujeito do seu predicado ou o predicado do seu complemento directo e/ou indirecto.
No caso de se intercalar uma expressão ou oração entre um sujeito e um predicado, ela deve figurar entre vírgulas, para não separarmos o sujeito do predicado.

Ex.: Os homens, obcecados pelo progresso, nem sempre pensam no futuro da humanidade.

Ponto e Virgula

Ponto.
O ponto usa-se normalmente para marcar o fim de uma frase simples ou complexa.
Ex।: O que ela dizia, embora fosse sempre diferente, soava sempre da mesma maneira. Era monótono. E a maioria dos alunos estava a ouvi-la...sem a ouvir.
Era o caso do Jorge, que estava interessado no rapaz com o carrinho de bebe e se foi afastando do grupo. Alem deles, só andava ali dentro um grupo de velhinhos ingleses. E o rapaz com o bebe, claro, que percorreu a igreja toda com os auscultadores nos ouvidos, sempre a empurrar o carrinho. De vez em quando parava a um canto, levantava o cobertor e dava duas mexidelas no bebe que, por sua vez, não dava sinal de si.
Dois pontos:
Usam-se normalmente para:
-Introduzir o discurso directo
Ex.:Arranjo uma voz de falsete e imito o dos filmes americanos:
“Antípode homem?”
-Introduzir uma enumeração
Ex.: Acho que foram emoções a mais para a Luísa: o sótão que não havia, o Abílio que eu não era, o Luís que ela não sabia que era eu.
-Iniciar uma conclusão ou dar uma explicação
Ex.: E não tardei a colar o Sem Pavor ao João: João Sem Pavor
Reticências...
Usam-se normalmente para marcar a suspensão de uma ideia ou frase.
Ex.: Nada...Há seis dias e seis noites que estou aqui escondido a tremer com medo dos lobos, dos morcegos, das bruxas e dos fantasmas, a espera da minha irmã...
Ponto de Interrogação ?
Usa-se normalmente para assinalar uma frase do tipo interrogativo.
Ex.: Que dizes, meu pai?
O ponto de exclamação marca uma frase do tipo exclamativo, pode também utilizar-se nas frases do tipo imperativo.
Ex.: Anda cá!
Aspas " "
Usam-se normalmente para
-Transcrever uma palavra ou expressão ou fazer uma citação
Exumareis Luther King disse “ Eu tenho um sonho, que todos os negros tenham os mesmos direitos”
- Utilizar uma palavra que não pertence ao léxico português
Ex:“Anybody Home”
-Utilizar uma palavra menos apropriada, mas expressiva no contexto
Ex: Já anda a “namorar” este vestido há muito temp
-Destacar um titulo
Ex.: O jornal “Expresso” é um semanário
Parênteses ()
Usam-se normalmente para:
-Marcar o discurso directo
Ex: Arranjo uma voz de falsete e imito os dos filmes americanos “Anybody Home”
-Indicar corte em texto citado
Ex: Discurso Vasco da Gama “Meu povo vamos partir (...) que deus vos abençoe
Travessão
Usa-se normalmente para:
-Marcar discurso directo
Ex.: Visto-me a macaco e imito os seus sons
-“Eu sou o Artur”
-Demarcar uma frase intercalar, que poderia surgir entre virgulas
Ex.: Os homens obcecados pelo progresso – nem sempre pensam no futuro da humanidade
Nota: Quase todos os sinais de pontuação podem ser usados para conferir maior expressividade a um texto

quinta-feira, 21 de maio de 2009

AS AVENTURAS DO RUI

Trabalho dos Alunos
Escola Secundária Abílio Duarte Ano lectivo2007/2008
Professor Ricardino Rocha
Turma 7º F Participantes:
Nº2 – Alaide
Nº9 – Cliff
Nº12 – Eder
Nº13 – Edmilson
Nº15 – Emerson
Nº16 – Fredeson
Nº21 – Jeremias
Nº24 – Lucília
Nº 31 – Paula

AS AVENTURAS DO RUI E DOS SEUS AMIGOS

Era uma vez um menino chamado Rui que tinha vários amigos, o Eder, a Lucília, o Jeremias e o Edmilson que viviam na ilha de Santiago.
Um dia os quatros amigos do Rui foram cavar na praia de mar para saber qual deles cavaria mais rápido e mais fundo. O Eder recusou-se a participar e os outros amigos iniciaram o jogo sem a sua participação. A Lucília terminou em primeiro lugar, o Jeremias em segundo e por último o Edmilson. Porém, na cova do Edmilson tinha algo mais importante e quando saiu da sua cova, a Lucília e o Jeremias ficaram a rir-se dele, foi então que eles viram um papel na mão do Edmilson e perguntaram-lhe:
- O que é isso?
- É um mapa! Respondeu o Edmilson muito motivado.
- Mapa? Mas que tipo de mapa? Perguntou a Lucília com uma grande ansiedade.
- É um mapa que nos levará a um tesouro! Respondeu com muito mais convicção o Edmilson. O Eder ao ouvir a palavra “tesouro” foi logo a correr para os amigos e disse:
- Vocês encontraram um tesouro?!
- Não! Encontramos só um mapa de tesouro. Disse o Edmilson
- Esse mapa vai levar-nos ao tesouro! Certo? Disse e perguntou o Eder.
-Sim! Responderam os outros.
- Vamos mostrar o mapa à mãe do Rui para ver se é verdade! Ordenou a Lucília. Depois da ordem, eles foram para a casa do Rui mostrar para a sua mãe.
- O que é isto meninos? Perguntou a mãe do Rui.
- É um mapa de tesouro! Responderam rapidamente os meninos.
- Então encontram o tesouro! Disse a mãe sem saber em que perigo estava a meter o seu filho e os amigos dele. Os meninos começaram a analisar o mapa para ver onde se encontrava o tesouro e viram então que o tesouro estava na ilha de Santa Luzia. E o Jeremias disse com uma voz muito triste:
- Mas a nossa mãe não vai nos deixar ir para a Santa Luzia!
- A nossa mãe já nos deixou ir procurar o tesouro! Disse a Lucília.
- Mas ela não sabe que se encontra na ilha de Santa Luzia. Disse o Jeremias.
- Isso é verdade mas vamos arranjar uma ideia para ir a Santa Luzia! Disse a Lucília.
- Eu tenho uma ideia! Disse o Eder todo empolgado. E eles disseram de imediato:
- Fala logo!
- Lembram do pescador que mora ao pé do mar? Perguntou o Eder.
- Sim. Responderam.
- Então vamos ver se ele nos leva até à ilha! Disse o Eder com um sorriso estampado no rosto.
- Muito bem Eder, iremos quando anoitecer e vamos levar o Rui connosco! Disse a Lucília.
- É claro que vamos levar o Rui, ele é o mais velho e também o mais inteligente de todos! Disse a Lucília. Depois de estarem em acordo, foram para a casa do Rui avisá-lo e quando chegaram, encontraram o Rui a dormir e foram acordá-lo. Foi então que a Lucília chegando mais perto do rui, disse com um ar de ansiedade:
- Deixam que eu vou contar-lhe a história! Depois de ter-lhe contado a história, o Rui levantou-se e disse:
- O que vocês estão à esperar para irem arrumar as vossas coisas?! E eles foram arrumar as suas coisas. Quando anoiteceu eles já estavam preparados para irem para a ilha de Santa Luzia. No meio da noite quando a mãe do Rui se levantou para beber um copo de água e viu o filho e os seus amiguinhos todos arrumados para sair, perguntou:
- Aonde vocês pensam que vão a esta hora?!
- Vamos acampar lá na praia de mar! Disse o Rui.
-Mas a esta hora, no meio da noite? Perguntou a mãe.
- Sim, para podermos procurar o tesouro escondido! Disse o Rui.
- Não podem esperar amanhecer?! Perguntou a mãe novamente.
- Não mãe, precisamos ir agora, e chega de perguntas mãe! Disse o Rui muito decidido.
- Então vão! Resmungou a mãe!
Depois das perguntas da mãe do Rui, os meninos foram à praia de mar procurar o pescador e depois deles chegaram e de o terem convencido, todos estavam a bordo num bote com destino à ilha do tesouro. Quando chegaram a Santa Luzia, o pescador ficou no bote à espera dos miúdos que iam apanhar uma coisa e voltar logo. Os meninos começaram a andar na ilha, e foram parar num lugar cheio de árvores de frutas e aproveitaram o lugar para poder comer e descansar um pouco. Depois do intervalo continuaram a procurar o tesouro com o Jeremias um pouco cansado, e o Rui aproveitou para dizer:
- Faltam uns 5 quilómetros para chegarmos a caverna!
- Eu não vou entrar nesta caverna! Disse o Edmilson com uma cara muito assustada. E então disse o Rui:
- Todos vão entrar nesta caverna!
Começaram a andar de novo e depois de chegarem à caverna, todos ficaram a dizer que estavam ricos, mas os meninos não sabiam o que estava para vir. Dentro da caverna acenderam uma lanterna e começaram a procurar e encontraram um buraco no chão tapado com madeira, e quando encontraram o buraco, este encontrava-se cheio de tesouro. Mas o Emerson e o Fredeson que eram os donos do tesouro já estavam a caminho da caverna. Longe da ilha a mãe do Rui começou a ficar preocupada com os miúdos. Depois dos donos estarem na caverna encontraram os miúdos com o tesouro e começou uma confusão entre os dois grupos, para acalmar a situação o Rui disse:
- Nos já estávamos de saída, vamos para a casa, desculpem o incomodo é que viemos parar aqui por acaso!
- Quem disse que vocês vão para casa! Vocês vão ficar presos aqui e vão tornar-se num monte de esqueletos. Disse o Fredeson.
Os meninos foram amarrados num tronco de árvore. Quando amanheceu o Emerson e o Fredeson ligaram para os seus dois camaradas, o Abener e o Cliff para que viessem para a ilha de Santa Luzia e eles já estavam a caminho, quando chegaram puseram-se às ordens dos colegas.
- Quero que vocês vigiem esses pirralhos! Disse o Emerson.
- Deixa connosco! Responderam os dois recém chegados.
O Cliff viu os miúdos e ficou com pena deles e pensou em ajudá-los. Quando anoiteceu estavam todos a dormir menos o Cliff pois pretendia salvar os meninos; levantou-se e foi acordar os meninos para poderem fugir, depois de acordados e desamarrados os meninos, ao agradecerem o Cliff começaram a correr mas por azar o Fredeson viu-os a correr e o Cliff a ajudá-los. O Fredeson levantou-se e tirou a pistola e disse ao Cliff para preparar para poder levar um tiro e de seguida o Cliff levou um tiro na barriga, o Emerson e o Abener juntaram-se ao Fredeson ao ouvirem o tiro, agradecendo-lhe por ter morto o Cliff que os tinha traído e foram a correr atrás dos pirralhos. Como o Emerson, o Abener e o Fredeson conheciam a ilha melhor do que os meninos, apareceram à frente dos meninos e pegaram-nos, mas o Rui consseguio escapar, e o Fredeson correu atrás do Rui e com a pistola atirou para cima para assustar o Rui, e ele atirou-se ao chão e foi agarrado e espancado pelo Emerson e pelo Fredeson. Quando acabaram de bater no Rui levaram os meninos de volta para o tronco. Mas o Cliff não se encontrava mais no chão, e o Emerson disse muito aflito:
- Onde será que o Cliff foi parar?
- Só se ele foi para o céu! Respondeu o Fredeson todo sorridente.
- Deixe de patetice! Disse o Emerson. Quando o Cliff se levantou do chão amarrou a sua ferida e escondeu-se esperando a chegada dos bandidos. Quando anoiteceu, os três bandidos dormiram menos os meninos; o Cliff apareceu e libertou os meninos sem fazer barulho para não acordar os outros; os bandidos foram desarmados e acordados pelo Cliff. Os meninos apanharam os tesouros e levaram-nos para o bote e o Cliff levou os bandidos para o bote também. Os bandidos foram directamente para a prisão; meninos deram ao pescador e ao Cliff um pouco de ouro porque eles os tinham ajudado nesta missão tão perigosa. Quando os meninos bateram na porta da mãe do Rui ela disse muito aflita:
- Por onde vocês andaram!
- Encontramos o tesouro! Disse o Rui, e ela não acreditou no início, mas quando os viu ficou toda alegre e a saltitar de alegria, enquanto dividia os tesouros em cinco partes iguais. Oito meses depois o Fredeson e o Emerson fugiram da cadeia menos o Abener que não conseguiu fugir e eles disseram com muita raiva:
- Iremos pegar os pirralhos e o nosso tesouro.

FIM

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Testes de12º Ano -Humanística
Ano Lectivo
2006/07
Ministério da Educação e Ensino superior
Escola Secundária do Palmarejo
2º Teste Sumativo de Língua Portuguesa – 2° trimestre
12º ano
Humanística
21/03/2007
Lê as perguntas e responde, com clareza e correcção, às questões seguintes:
Insônia
Ó retrato da Morte, oh Noite amiga!
Por cuja escuridão suspiro há tanto!
Calada testemunha de meu pranto,
De meus desgostos secretária antiga!

Pois manda Amor que a ti somente os diga,
Dá-lhes pio agasalho no teu manto;
Ouve-os, como costumas, ouve, enquanto
Dorme a cruel, que a delirar me obriga.

E vós, oh cortesãos da obscuridade,
Fantasmas vagos, mochos piadores,
Inimigos, como eu, da claridade!

Em bandos acudi aos meus clamores;
Quero a vossa medonha sociedade;
Quero fartar meu coração de horrores.
Bocage, Sonetos
I
Refere ao tema tratado no poema.
1.1. Explica, por tuas palavras e com exemplos do poema, como é que o poeta desenvolve esse tema ao longo do Soneto.
Diz qual é o estado psicológico do sujeito poético e as causas que o justificam.
Neste Soneto denota-se que há uma relação positiva entre o poeta e a noite. Fundamenta esta afirmação, exemplificando com versos do poema.
Identifica e define dois (2) recursos estilísticos presentes no poema.
4.1. Exemplifica os recursos identificados em 4 com versos do poema.
Enquadra Bocage na(s) tendência(s) literária(s) a que pertence, salientando as características dessa(s) tendência(s) no poema.
II
1. Escolhe uma das opções a seguir apresentadas e desenvolve-a com base nos conhecimentos adquiridos nas aulas e nas leituras que tenhas feito.
A - O Romantismo em Portugal conheceu duas fases: uma fase de investigação das suas raízes e uma fase de implementação das influências românticas propriamente dita. Tendo em conta esta afirmação, explica o aparecimento do romantismo em Portugal.
B - Numa pequena composição, relaciona o Neoclassicismo e o Romantismo, não te esquecendo de mencionar os seus principais precursores.
Bom Trabalho!

Ano Lectivo
2006/07
Ministério da Educação e Ensino superior
Escola Secundária do Palmarejo
1° Teste Sumativo de Língua Portuguesa – 3° trimestre
12º ano
Humanística
03/05/2007
Lê as perguntas e responde, com clareza e correcção, às questões seguinte:s
I
1. “ A Questão Coimbrã marcou o início do Realismo em Portugal. Nela manisfestou-se, pela primeira vez, o protesto da Geração de70 contra o exagero do gosto romântico.” (6 valores)
1.1. Desenvolve a ideia expressa na afirmação dada, destacando:
· O objectivo da Questão Coimbrã;
· O papel da Geração de 70 na implementação do Relismo em Portugal;
· Conceito do realismo;
· As características do Realismo;
II
1. Segundo Manuel Ferreira, “ Tirante um Pedro Corsino de Azevedo, um Pedro Cardoso e um Eugénio Tavares, os escritores de Cabo Verde jamais tinham pensado na sua terra em termos de recriação artística… toda a cultura se manifestava era tecida no húmus da raiz metropolitana (…)”
Explica a afirmação dada, não te esquecendo de apresentar as principais características da produção literária da Pré-Claridade. (5 valores)
1. Lê as afirmações que se seguem e trancreve para a folha de teste as que consideras como verdadeiras: (3 valores)
a) Os claridosos aderiram à Negritude;
b) Baltazar Lopes, Manuel Lopes e Jorge Barbosa foram os precursores da Claridade;
c) A expressão “fincar os pés na terra” expressa a ideia da cabo-verdianidade;
d) A expressão “fincar os pés na terra” expressa a ideia da cabo-verdianitude;
e) O grupo do Suplemento Cultural defendia os valores da cultura negra.
3. Refere-te à importância do movimento claridoso para a cultura cabo-verdiana. (6 (valores)
Frase do mês
«Falar a verdade é uma das coisas mais fáceis. Das coisas
fáceis, falar a verdade é a mais difícil.»
R. Hardinno 7/3/07
Profissão Professor
– entre a ‘des’autoridade e a ‘in’segurança

Numas das aulas de preparação para assinalarmos o Dia do Professor Cabo-verdiano, entre muitos textos produzidos, achei um que fazia referência à profissão do professor como uma “profissão de risco”.
De facto, se formos ver é apenas uma das muitas opiniões pueris em relação ao assunto. Em certa medida, um aluno de 7º ano para chegar a essa conclusão não teve que se esforçar muito isto porque se repararmos as relações entre os professores e os alunos sofreram mudanças profundas nas últimas décadas.
Entretanto, há algumas décadas, verificava-se uma situação injusta, em que o professor tinha todos os direitos e o aluno só tinha deveres e podia ser submetido aos mais variados vexames. Hoje em dia, observamos uma situação, outra vez injusta, em que o aluno pode permitir-se, com bastante impunidade, diversas agressões verbais, físicas e psicológicas aos professores ou a colegas, sem que na prática funcionem os mecanismos de arbitragem teoricamente existentes.
Todavia, as relações nas escolas mudaram, tornando-se, cada vez mais conflituosas. Será que muitos professores não souberam encontrar novos modelos, mais justos e participados, de convivência e de disciplina? Será que se deve abaixar-se e aceitar os novos rituais de cacholeta em nome da tolerância e da perseverança? Ou será que quando se pensou nos Direitos dos alunos alguém se esqueceu dos seus Deveres?
Na verdade, o problema da violência nas escolas é minoritário e isolado, constituindo um simples reflexo do ambiente social dos bairros degradados ou das grandes cidades, pensam alguns. Como que deixando transparecer o seguinte: “é melhor ter um grupo de thugs numa escola a ‘auto’-educar/ a educar os outros do que deixá-los nas ruas a assaltarem as pessoas”. A verdade é que podemos, até, estar a ter autênticos “depósitos de thugismo” nas escolas pensando e resolvendo, apenas, os frutos da violência esquecendo-se do principal: a raiz do problema. E aí, vem a velha questão: de quem é a culpa? A escola diz: é da família. Esta diz: é da sociedade. Não, é da família. Entre o Adão, a Eva e a serpente... Que venha o pecado e escolhe!
Mudou-se, também, a autoridade social pelo professor. O professor do ensino básico e, sobretudo, o professor do ensino secundário com formação universitária gozavam de um elevado “status” social e cultural. O saber, a abnegação e a vocação destes eram amplamente admirados.
Porém, nos tempos actuais o “status” é estabelecido, principalmente, a partir de critérios económicos. Para muitos pais, o facto de alguém ser professor tem a ver com a clara incapacidade de “ter um emprego melhor”, isto é, uma actividade profissional onde se ganhe mais dinheiro.
É evidente que há uma perda de prestígio e autoridade, associada à alteração do papel tradicional dos professores nas localidades: os professores do ensino básico já não são os únicos agentes culturais das aldeias nem os do secundário apenas da elite social da cidade, cujo recrutamento não passa apenas por critérios escolares.
Num rápido olhar temos a impressão que a imagem social e a condição económica dos professores se encontram num estado de grande degradação, sentimento que é confirmado por certos discursos dos sindicatos e das autoridades estatais.
Por isso e, parafraseando J. G. Sacristán “a profissão docente é uma semiprofissão. Em parte, porque depende de coordenadas político-administrativas que regulam o sistema educativo, em geral, e as condições do posto de trabalho, em particular.”
É fundamental que se paute por critérios de grande exigência em relação à carreira docente (formação, reclassificação, progressão, avaliação, etc.). Se os próprios professores não investirem neste projecto é evidente que outras instâncias (Estado, Universidades, etc.) ocuparão o território deixado livre, reivindicando uma qualquer legitimidade de pilotagem da profissão docente.
Entretanto, passar anos investindo na sua carreira sacrificando-se por uma formação em detrimento de momentos que podiam ser de lazer para depois ter que esperar por essas exigências que ficam, em muitos casos, para as calendas gregas deixam qualquer um com sentimentos de desajustamento e insatisfação perante problemas reais da prática do ensino, em aberta contradição com a imagem ideal do professor.
No entanto, o que se pede, na prática, é que seja fundamental dotar a nossa profissão docente de mecanismos de selecção e de diferenciação, que permitam basear a carreira docente no mérito e na qualidade.
No fundo, o que se pede mesmo é a possibilidade de um desenvolvimento profissional (individual e colectivo), que se crie as condições para que cada um defina os ritmos e os percursos da sua carreira e para que o conjunto dos professores projecte o futuro desta profissão que parece reconquistar novas energias e fontes de prestígios.
Neste sentido, é importante repensar os programas de formação de professores, que têm uma incidência mais forte nos aspectos técnicos da profissão do que nas dimensões pessoais e culturais.
Quando digo “basear a carreira docente no mérito e na qualidade” deveria ser de acordo com a APD 10/2000 art. 2º d) “Valorizar e aperfeiçoar o trabalho dos docentes”. Mas, na prática, em algumas escolas, o que se assiste são casos caricatos como tirocinantes como avaliadores, acções feitas em nome de IGE, professores “impedidos” de prosseguir com a sua formação por incompatibilidade com os horários, ou aposentação precose. Tudo isso em nome da qualidade que se espera não ser chinesa.
Entretanto, quando isso sucede, faz-me lembrar Mourinho quando se refere a esse tipo de italianices sicilianas como meretrício intelectual das pessoas que em nome de uma boa avaliação o melhor é vender-se do que ser vendido, preferindo ser o agente da passiva e escondendo-se no seu cafarnaum depois de tomar, às vezes, a sua cacholeta.
Por tudo isso, interpela-nos algumas questões que importa repensar. Por exemplo, como aprofundar o diálogo (se é que ele existe!) entre todos os que intervêm na escola? Como criar, manter e desenvolver espaços de reflexão crítica onde se cultive o confronto de opiniões no equacionar dos problemas?
Repensemos! E... Comemoremos o nosso dia 23 de Abril.

Ricardino Rocha
ricarsir@hotmail.com 9e10dejunho.blogspot.com
Prova Geral Interna de Língua Portuguesa
10º ano

Ano Lectivo
2006/07
Ministério da Educação e Ensino superior
Escola Secundária do Palmarejo
Prova Geral Interna de Língua Portuguesa
10º ano
Teste A
TEXTO
Zé Viola, à entrada do pátio, olhava para ela como se quisesse pedir alguma coisa. Mas Joquinha observou nele uma careta duvidosa que tanto podia exprimir estupidez como velhacaria.
- Então Violão, que há? - Perguntou, dando uns passos e parando diante do rapaz.
A boa disposição do hóspede do patrão estimulou Zé Viola:
-Ocê desculpe, nhô Joquinha. Não é atrevimento da minha parte. Quando dois homens expressam razão ninguém tem nada que saber o que se passa no meio deles. Mas eu não estava a escutar. Encostei – me a este muro pra descansar uma muínha e espiar este pé esfolado duma topada, e sem querer ouvi o que ocê disse a Mané Quim.
- Bem, bem. Não tem nada, moço, não era segredo.
- Eu pensava conversar cá pra mim: Sorte não é pra todo o vivente. Se eu encontrasse quem me quisesse levar pró Brasil ou América, encostava a enxada atrás da porta e dizia logo: - “Bá ‘mbora “, – mas ocê dizia umas coisas … Eu já esqueci de escrever a minha graça, sabe ocê? - mas sou entendido e sei expressar razão. Mão direita sabe o que é que mão esquerda quer.
Pois então quem desconhece isso? Tu és um moço sabido, eu sei. Dize lá que é que não gostaste de ouvir então?
- Ocê falou na chuva acabar … Nhô do tempo, a gente estuda no cariz das rochas, nas nuvens, na linha do mar, na cor que o céu mostra, no anel da lua, na endireitura do vento, no cheiro que ele traz. Tem mil maneiras. Uns sabem estudar melhor que outros: o lunário de Nhô Vital não fala assim como ocê. Nhô Vital estuda no lunário e sabe ver nos astros. Diz que vai chover – e quando ele diz que chove é porque chove – a não ser se Deus não quer. Mas você meteu – me medo direito, porque sei que neste mundo tem homens de muita sabedoria, uns são mais sabidos que outros, cada qual com a sua prenda e seu sentido. Mas tá a ver que se dois homens tem muita sabedoria e um diz que sim e o outro diz que não, nós os coitadinhos ficamos a fazer cruzes na boca a ver quem vem virar pra um lado ou pra um outro. Se a chuva acabar deveras, não sei o que vai ser. Um rabo pelado como eu – acrescentou Zé Viola com um esgar de cómica desolação – pode quebrar a enxada e meter a cabeça num buraco. Que é que vai ser do mundo se a chuva acabar? Ocê acha que vai acabar deveras?
- Eu não disse que a chuva vai acabar, moço, não posso adivinhar. Nem eu nem nhô Vital com o seu lunário. Chuva quando vem, vem e pronto. Se não vem … O homem não pode fazer nada contra a vontade de Deus, ninguém sabe o que vai acontecer no dia de amanhã …
Zé Viola sentiu um grande alívio.
- Nhô Joquinha desculpe – retrucou com o moral levantado – eu não tenho sabedoria pra discutir com ocê, mas a mim me parece que chuva não é adivinhada, é estudada. Quase que a gente sente seu cheiro a randar … Nhô Vital pode até dizer o dia em que ela chega. Mas agora isso de cair, cai na vontade de Deus, sim. Deus até pode mandar um calor muito grande que seca a chuva antes de chegar na terra. Ocê sabe mais que a mim. O que digo a ocê é que um homem nunca deve perder a fé porque fé de homem dá força nas coisas. Nha-mãe falava assim. E nhô Lourencinho, que é um velho que tem muito pensar debaixo do boné, diz que só perde a fé quem não tem alma.
(adaptado)
Manuel Lopes, Chuva Braba
Após uma leitura cuidada e atenta, responde às que questões que lhe são colocadas de forma clara.
I
1.Sugere um outro título para o texto, justificando a tua escolha.
2.Localiza as acções no espaço.
3. Caracteriza o narrador deste texto quanto à presença, justificando a tua resposta com
exemplos retirados do texto.
4. Zé Viola emprega palavras, expressões e construções de frases próprias ou muito próximas da língua cabo-verdiana.
4.1 Identifica-as e substitui-as pelas formas correspondentes na língua padrão.
5. Considera a seguinte expressão:
«Quando dois homens expressam razão ninguém tem nada que saber o que se passa no meio deles.»
5.1.Explica o seu sentido.
II
1.Substitui por pronomes, as expressões destacados nas seguintes frases:
a) Mas Joquinha observou nele uma careta duvidosa.
b) Joquinha fez um convite ao Zé Viola.
c) Se eu encontrar quem me quisesse levar pró Brasil ou América, encostava a enxada atrás da porta.
2.Retira do texto 3 (três) figuras de estilo, exemplificando-as.
3.Identifica o nível de língua presente nas seguintes frases:
a) «Zé Viola, à entrada do pátio, olhava para ele como se quisesse pedir alguma coisa.»
b)«Encostei-me a este muro pra descansar uma muínha e espiar este pé esfolado de uma topada e sem querer ouvir o que ocê disse a Mané Quim.»
4. Faz a análise sintáctica da seguinte frase.
A boa disposição do hóspede do patrão estimulou Zé Viola.
III
1. Num texto coerente (aproximadamente 10 dez linhas), diz que é que te leva a concluir que este texto é da autoria de um escritor cabo-verdiano, não esquecendo de referir a linguagem e a temática.

Teste B
Após uma leitura cuidada e atenta, responde às que questões que lhe são colocadas de forma clara.
I
1.Quem é a personagem principal deste texto? Justifica a tua resposta.
2. Caracteriza o narrador deste texto quanto à ciência. Justifica a tua resposta com exemplos do texto.
3. Comenta a seguinte afirmação.
«O que digo a ocê é que um homem nunca deve perder a fé porque fé de homem dá força nas coisas.»
4. «Nhô Lourencinho, que é um velho que tem muito pensar debaixo do boné, diz que só perde a fé quem não tem alma.»
4.1. Explica o sentido da expressão sublinhada.
5. Classifica a narrativa quanto à conclusão. Justifica a tua resposta com base no texto.
II
1. Substitui por pronome, as expressões destacadas nas seguintes frases:
a) Nhô Vital não diz assim.
b) A boa disposição do hóspede do patrão estimulou Zé Viola.
c) Eu já de escrever a minha graça.
1.1. Analisa sintacticamente a frase da alínea b).
2. Retira do texto 3 (três) figuras de estilo, exemplificando-as.
3. Identifica o nível de língua presente nas seguintes frases:
a) «Quase que a gente sente o seu cheiro a rondar…»
b) «Zé Viola com um esgar de cómica desolação.»
III
1. Num texto coerente (aproximadamente 10 dez linhas), diz que é que te leva a concluir que este texto é da autoria de um escritor cabo-verdiano, não esquecendo de referir a linguagem e a temática.

Ano Lectivo
2006/07

Ministério da Educação e Ensino superior
Escola Secundária do Palmarejo
Prova de Recurso de Língua Portuguesa

10º Ano

Teste A
Liberdade Adiada
Sentia-se cansada. A barriga, as pernas, a cabeça, o corpo todo era um enorme peso que lhe caía irremediavelmente em cima. Esperava que a qualquer momento o coração lhe perfurasse o peito, lhe rasgasse a blusa.
Como seria o coração?
Teria mesmo aquela forma bonita dos postais coloridos?
Seriam todos os corações do mesmo formato?
… Será que as dores deformaram os corações?
Pensou em atirar a lata de água ao chão, esparramar-se no líquido, encharcar-se, fazer-se lama, confundir-se com aqueles caminhos que durante anos e mais anos lhe comiam a sola dos pés, lhe queimavam as veias, lhe roubavam as forças.
Imaginou os filhos que aguardavam e que já deviam estar acordados. Os filhos que ela odiava!
Aos vinte e três anos disseram-lhe que tinha o útero descaído. Bom seria que caísse de vez! Estava farta daquele bocado de si que ano após ano, enchia, inchava, desenchia e lhe atirava para os braços e para os cuidados mais um pedacinho de gente.
Não. Não voltaria para casa.
O barranco olhava-a, boca aberta, num sorriso irresistível, convidando-a para o encontro final.
Conhecia aquele tipo de sorriso e não tinha boas recordações dos tempos que vinham depois. Mas um dia havia de o eternizar. E se fosse agora, no instante que madrugava? A lata e ela, para sempre, junta no sorriso do barranco.
Gostava da sua lata de carregar água. Tratava-a bem. Às vezes, em momentos de raiva ou simplesmente indefinidos, areava-a uma, dez, mil vezes, até que ficava a luzir e a cólera, ou a indefinição se perdiam no brilho prateado. Com o fundo de madeira que tivera que lhe mandar colocar, quando começou a espirrar água e já não suportava uma torcida de farrapo, ficou mais pesada, mas não eram daí os seus tormentos.
Atirar-se-ia pelo barranco abaixo. Não perdia nada. Aliás nunca perdeu nada. Nunca teve nada para perder.
Disseram-lhe que tinha perdido a virgindade, mas nunca chegou a saber o que aquilo era.
À borda do barranco, com a lata de água à cabeça e a saia batida pelo vento, pensou nos filhos e levou as mãos ao peito.
O que tinha a ver o filho com o coração? Os filhos …Como ela os amava, Nossenhor!
Apressou-se a ir ao encontro deles. O mais novito devia estar a chamar por ela.
Correu deixando o barranco e o sonho de liberdade para trás.
Quando a encontrei na praia, ela esperando a pesca, eu atrás de outros desejos, contou-me aquele pedaço da sua vida, em resposta ao meu comentário de como seria bom montar numa onda e partir rumo a outros destinos, a outros desertos, a outros natais.
Dina Salústio
Mornas eram as noites
Depois de uma leitura cuidada do texto, responde forma clara e concisa as perguntas que te são colocadas.
1. Justifica o título do texto.
2. Classifica justificando o narrador quanto à presença.
3. Comenta as seguintes expressões:
a) «Atirar-se-ia pelo barranco abaixo não perdia nada. Aliás nunca perdeu nada. Nunca teve nada a perder.»
b) «Correu deixando o barranco e o sonho de liberdade para trás.»
4. Porque é que a protagonista se sentia desesperada?
5. Porque é que aos vinte e três anos disseram-lhe que tinha o útero descaído?
6. Qual era o relacionamento existente entre ela e os seus filhos? Justifica com expressões do texto.
7. Retira do texto duas figuras de estilo, exemplificando-as.
8. Diz em que discurso se encontra o primeiro parágrafo do texto, e passa-o para o discurso contrário.
9. Identifica, exemplificando os modos de expressão literária presentes neste texto.
II
1. «A língua permite nos comunicar e exprimir os mais variados sentimentos, emoções, experiências, projectos …»
Distingue língua materna de língua nacional.
III
1. Dos temas que se seguem, escolhe um e só um e desenvolve-o.
A – Num texto conciso e bem organizado, não ultrapassando vinte linhas, fala do que pensas acerca do comportamento /atitudes da protagonista do texto em análise.
B – Faz o resumo deste texto, não se esquecendo das técnicas que deves ter em conta na sua elaboração.

Teste B

Depois de uma leitura cuidada do texto, responde de forma clara e concisa as perguntas que te são colocadas.
1. Dá um outro título ao texto e justifica a tua escolha.
2. Classifica e justifica o narrador quanto à ciência.
3. Comenta as seguintes afirmações:
a) «Imaginou os filhos que aguardavam e que já deviam estar acordados os filhos que ele odiava!»
b) «O barranco olhava-a, boca aberta, num sorriso irresistível, convidando-a para o encontro final.»
4. Refere-te ao estado de espírito da protagonista e justifica a tua resposta.
5. Porque é que pensou em atirar a lata de água ao chão e esparramar-se no líquido encharcar- se?
6. «Gostava da sua lata de acarretar água».
6.1. Que representava a lata para ela?
7. Retira do texto, duas figuras de estilo, exemplificando-as.
8. Diz em que discurso se encontra o oitavo parágrafo do texto e passa-o para o discurso contrário.
9. Identifica, exemplificando os modos de expressão literária presentes neste texto.
II
1. «A língua permite -nos comunicar e exprimir os mais variados sentimentos, emoções, experiências, projectos …»
1.1. Distingue a língua estrangeira da língua segunda.
III
1. Dos temas que se seguem, escolhe um e só um e desenvolve-o.
A – Num texto conciso e bem organizado, não ultrapassando vinte linhas, fala do que pensas acerca do comportamento /atitudes da protagonista do texto em análise.
B – Faz o resumo deste texto, não se esquecendo das técnicas que deves ter em conta na sua elaboração.Bom trabalho

terça-feira, 19 de maio de 2009

Teste de 10º Ano

Teste de 10º Ano
Ministério de Educação e Ensino Superior
Escola Secundária de Palmarejo
2º Teste sumativo de Língua Portuguesa –1ºtrimestre     10ºano

04/12/06
TesteA
O Fascínio da televisão
A televisão tem o seu quê de lareira. Como de facto, reúne diante do seu lume, nestas noites de Inverno, as famílias pacíficas. Mas, quando não difere da lareira acesa! Subjuga os espectadores sem lhes permitir outra ocupação ou divertimento. Não permite conversa, nem leitura, nem a meditação. Impede que se escrevam duas linhas inspiradas ou aplaudidas pelo brilho das chamas. Não permite barulho de crianças. Não querem que brinquem. Fornece-lhes brinquedos já ensalivados e manda-os para cama antes de ouvirem, da velha avó, um conto fabuloso. Obriga as mãos femininas ao repouso. Não quer que peguem em renda, bordado ou costura. Cestos e agulhas, em cada lar, começam a adquirir o aspecto de trastes reformados ou peças do museu.
Se nos limitarmos ao que sucede em nossas casas, verificaremos que a leitura já não se pratica, já se não usa como se usava antes de empenharmos a barba para adquirir televisor. O último livro comprado é mais velho que a televisão. Ficou meio virgem, isto é, por acabar de ler. Anda por aí, pelos cantos, com as capas sujas e esfarrapadas. Leia-o quem quiser. Nós não temos tempo. Ao sair do emprego, vamos abrir o receptor. Durante o jantar e depois do jantar, até à meia-noite, morremos de espanto diante do seu olho mágico. É ele o nosso livro, o nosso jornal, o instrumento único da nossa ilustração. Livro? Para quê? São muito caros e muito maçadores. De mais a mais, se fôssemos a lê-los, poderíamos perder belos programas. Hoje, então, que temos comédia e Eurovisão…Ná!
(…) Acabe-se com a televisão? Ninguém pensa nesse vandalismo. Não há bárbaro que não respeite semelhante maravilha. Mas, por amor da saúde mental do nosso povo consiga-se que reduza ao essencial os seus programas. Pode eliminar a palha e limitar-se ao grão depois de reduzido a farinha-flor. Fascinar durante longas horas o povo é atá--lo de pés e mãos para se elevar e discorrer por conta própria.
Penso, por amor de todos nós, que bastariam à televisão duas ou três horas para se libertar do seu recado. Às dez em ponto, deveria despedir-se dos espectadores, recomendando-lhes que lessem alguma coisa antes de adormecer. Diria que o milagre da televisão nunca poderá completar o milagre do livro.
João de Araújo Correia, Ecos do País (Adaptado)
Após a leitura atenta do texto, responde de forma clara e correcta às questões que te são colocadas.
I
1. O texto que acabaste de ler, constitui um exemplo de crónica.
1.1.Comprova essa afirmação, com expressões do texto que relatam episódios da vida quotidiana. Justifica a tua escolha.
1.2. Retira do texto, discurso centrado na 1ª (Primeira) pessoa.
2.Que consequência trouxe para a leitura o aparecimento da televisão?
3.Indica, justificando o tema desta crónica.
4.Por que razão é comparada a televisão a uma lareira?
5. Explica o sentido da frase:
A televisão «subjuga os espectadores.»
6. A televisão tem o seu quê de lareira.
6.1. Identifica a figura de estilo presente na expressão transcrita em 6.
II
1. Inicia a frase seguinte por:
O cronista disse que …
E faz as alterações necessárias.
«É ele o nosso livro, o nosso jornal, o instrumento único da nossa ilustração. Livros? Para quê? São muito caros e muito maçadores.»
III
Dos dois temas que se seguem, escolhe um e só um e desenvolve-o.
A – Estamos a aproximar a época festiva.
Numa composição cuidada, não excedendo 15 linhas, fala-nos um pouco das perspectivas que tens para o Natal que se aproxima.
B. “Muita gente acha que a televisão está a causar prejuízos irreparáveis: aboliu salutares hábitos de convivência, preenche todos os nossos tempos livres, estimula a passividade, a preguiça mental e até a violência.»
Dá a tua opinião sobre este modo de pensar.
Teste BApós a leitura atenta do texto, responde de forma clara e correcta às questões que te são colocadas.
I
1.É evidente a intenção crítica do cronista neste texto.
1.1.A quem se dirige?
1.2 Que crítica transmite?
2. A televisão «subjuga os espectadores.»
2.1. De que forma?
2.2. Indica as actividades que desapareceram, com o surgir da televisão.
3. Para minorar os efeitos nocivos da televisão, que propõe o autor deste texto?
4. Indica, justificando o tema desta crónica.
5. Explica o sentido da frase:
«…fornece – lhes brinquedos (…) conto fabuloso.»
6. A televisão tem o seu quê de lareira.
6.1. Classifica a figura de estilo presente na expressão transcrita em 6.
II
1. Inicia a frase seguinte por:
O cronista perguntou …
E Faz as alterações necessárias.
«Acabe-se com a televisão? Ninguém pensa nesse vandalismo. Não há bárbaro que não respeite semelhante maravilha.»
III
Dos dois temas que se seguem, escolhe um e só um e desenvolve-o.
A – Estamos a aproximar a época festiva.
Numa composição cuidada, não excedendo 15 linhas, fala-nos um pouco das perspectivas que tens para o Natal que se aproxima.
B- “Muita gente acha que a televisão está a causar prejuízos irreparáveis: aboliu salutares hábitos de convivência, preenche todos os nossos tempos livres, estimula a passividade, a preguiça mental e até a violência.»
Dá a tua opinião sobre este modo de pensar.

sábado, 9 de maio de 2009

Complementos circunstanciais

  • Os complementos circunstanciais
    Os complementos circunstanciais exprimem as circunstâncias em que a acção é praticada. Estes complementos, sendo facultativos, permitem, quando acres-centados à frase, enriquecê-la com sentidos variados: tempo, lugar, modo, etc.
    Os advérbios têm a função sintáctica de complemento circunstancial.

    Complemento circunstancial de lugarEla e os amigos estão na praia.
    Complemento circunstancial de tempoEsta manhã estava fria quando estivemos na aula de Educação Física.
    Complemento circunstancial de modoA rapariga caminha devagar.Complemento circunstancial de causaPor causa da gripe A, o México é um país com poucos turistas.
    Complemento circunstancial de fim
    O Pedro foi ao Plateau para fazer compras.
    Complemento circunstancial de meio
    Os dois irmãos foram de bicicleta.
    Complemento circunstancial de matéria
    Esta mesa é feita de madeira.
    Complemento circunstancial de companhia
    O Ricardo vive com a família.
    Complemento circunstancial de preçoOs pais da Vanessa compraram uma casa por elevado preço.
    Complemento circunstancial de afirmaçãoDe facto, estavas com razão.

    Complemento circunstancial de negaçãoDe forma alguma aceito esta decisão.
    Como identificar um complemento circunstancial?Em geral não é um complemento essencial। Se o suprimirmos a frase continua aceitável: A Joana pratica alguns desportos.
    O complemento circunstancial pode deslocar-se dentro da frase, é móvel:
    A Joana pratica, num clube desportivo, alguns desportos.
    Num clube desportivo, a Joana pratica alguns desportos.
    É geralmente introduzido por uma preposição: a, em, de, com, por, etc.
    O Complemento circunstancial completa o verbo, indicando uma circunstância da acção: tempo, lugar, modo, causa, fim,...
    O complemento circunstancial pode ser constituído por uma palavra ou expressão precedidas de preposição ou por um advérbio ou locução adverbial:
    Eles encontraram-se nas férias.
    Eles encontraram-se ontem.

    Exercícios de aplicação
    1. Indica todos os complementos circunstanciais na seguinte frase:
    Esta manhã, por causa dos campeonatos, as meninas dirigiram-se com as amigas, alegremente, ao ginásio, para o treino.
    2. Identifica os complementos circunstanciais nas seguintes frases:
    a) Vou para Paris.
    b) Viajei de barco.
    c) O funcionário atendeu-me com amabilidade.
    d) Dançaram até de madrugada.
    e)Tomei o xarope para curar a gripe.
    f) A Márcia colheu flores no jardim.
    g) A Nelly partiu no Domingo.
    h) Coraram de vergonha.
    i) Comuniquei por telefone.
    j) A Edelisa falava furiosamente.
    k) Por distração cheguei a dar com a cabeça no poste.
    l) De maneira nenhuma podíamos falar chinês.
    m) Acordei cedo.
    n) O João estuda pouco.
    o) A Neusa telefonou ontem.
    p) O cão obedece humildemente.
    q) Aos Domingos vou a missa com a minha família.
    r) O Ricardo e a Cristina estão na praça.
    s) Este carro anda depressa.
    t) Por causa do feriado, não vamos ter aulas no dia 19 de Maio.
    u) Hoje vou estudar para o teste de IAE.
Se quiser saber as respostas clic aqui