quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Escrita Criativa



Maria Risadinha
     Era uma vez uma menina chamada Mônica, que tinha uma caixinha de risada dentro dela, que não gostava de rezar. Mas como tinha aprendido desde cedo a não desrespeitar os mais velhos, não conseguia dizer não ao seu avô no convite diário para o terço das 5 da tarde.
     Só que, como o seu interesse não eram nem os Pai Nossos nem as ave-marias, qualquer coisa era razão para ela se distrair e pôr a funcionar a caixinha de risadas que tinha dentro dela.
     A irmã mais velha, uma “cabeça rija” de primeira, descobriu a fraqueza da Mônica. E quando o avô ia todo embalado, de olhos fechados, num Pai Nosso ou num Glória ao Pai, a irmã da Mônica fazia uma careta, fingia-se “kolola” e a Mônica não se controlava. A caixinha de risada que estava dentro dela quase arrebentava.
     O avô fingia que não dava por nada, até chegar à Salve Rainha. Se a rainha ficava salva e arrumada a Mônica nem por isso. Não adiantava ela dizer que a culpa era da Catarina. O avô fazia ouvidos moucos e dava como castigo pelo desrespeito a fé mais dez Pai Nossos ou vinte Ave-marias.
     Nisso de rir e ser castigada, Mônica conheceu os Salmos, os evangelhos. Passou a tratar a Bíblia tu cá, tu lá. A irmã Catarina, hoje uma senhora de respeito, diz por aí que a irmã leva jeito para virar padre, o dia em que isso for permitido.
Marilene Pereira,
Oficina de Escrita Criativa
    

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