Maria
Risadinha
Era uma vez uma menina chamada Mônica, que
tinha uma caixinha de risada dentro dela, que não gostava de rezar. Mas como
tinha aprendido desde cedo a não desrespeitar os mais velhos, não conseguia
dizer não ao seu avô no convite diário para o terço das 5 da tarde.
Só que, como o seu interesse não eram nem
os Pai Nossos nem as ave-marias, qualquer coisa era razão para ela se distrair
e pôr a funcionar a caixinha de risadas que tinha dentro dela.
A irmã mais velha, uma “cabeça rija” de
primeira, descobriu a fraqueza da Mônica. E quando o avô ia todo embalado, de
olhos fechados, num Pai Nosso ou num Glória ao Pai, a irmã da Mônica fazia uma
careta, fingia-se “kolola” e a Mônica não se controlava. A caixinha de risada
que estava dentro dela quase arrebentava.
O avô fingia que não dava por nada, até
chegar à Salve Rainha. Se a rainha ficava salva e arrumada a Mônica nem por
isso. Não adiantava ela dizer que a culpa era da Catarina. O avô fazia ouvidos
moucos e dava como castigo pelo desrespeito a fé mais dez Pai Nossos ou vinte Ave-marias.
Nisso
de rir e ser castigada, Mônica conheceu os Salmos, os evangelhos. Passou a
tratar a Bíblia tu cá, tu lá. A irmã Catarina, hoje uma senhora de respeito,
diz por aí que a irmã leva jeito para virar padre, o dia em que isso for
permitido.
Marilene
Pereira,
Oficina
de Escrita Criativa
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